Em junho de 2016, o professor Guido Stolfi extraiu os dados de uma pequena coleção de fitas perfuradas que ele guarda há décadas em uma caixa de sapato. Essas fitas continham código-fonte, código-objeto e estruturas de dados de um experimento que foi desenvolvido na metade da década de 70 na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. O professor Guido projetou e construiu um sintetizador musical eletrônico e o interfaceou ao computador Patinho Feio.
Já mencionei um pouco dessa história na postagem sobre o meu trabalho de resgate histórico do computador Patinho Feio aqui:
Mas essa nova postagem tem o objetivo de documentar um estudo mais específico sobre esse programa que rodava no Pato e controlava o sintetizador para tocar músicas. Eu gostaria de entender melhor o funcionamento do programa de modo a tentar replicar o experimento por meio do desenvolvimento de uma simulação do instrumento musical junto com um emulador do computador.
Dentre as diversas fitas lidas, esta é a que contém o código-fonte do programa que toca músicas lidas de uma fita de partitura:
Uma dificuldade é o fato das variáveis do programa usarem poucas letras e, portanto, serem muito pouco auto-descritivas. Para desvendar o significado desse programa terei que reler o manual do montador (assembler) que descreve o comportamento de cada uma das instruções:
Em particular, terei que rever também como funcionam as operações com dispositivos periféricos, que também são descritas nesse manual. Existem dois periféricos usados nesse programa:
(1) uma leitora de fitas para carregar dados da partitura
(2) o próprio sintetizador que recebe os comandos de quais notas tocar.
Por enquanto vou apenas deixar esses links aqui para caso mais alguém se interesse em tentar compreender o protocolo de comunicação com o sintetizador. Assim que eu descobrir mais coisas, pretendo postar atualizações por aqui.
Happy Hacking,
Felipe “Juca” Sanches